É fato, com o ano novo chegando fazemos inúmeras promessas. Aqueles que fumam prometem parar, os que brigaram comprometem-se com um entusiasmo desencorajado a reconciliação, os gordinhos prometem não fugir do regime. Os ansiosos a calma, os preguiçosos a garra. Os acomodados a virada de mesa.
Prometemos mais envolvimento em questões sociais, o respeito pelo vizinho chato, a paciência com a tia pentelha, sem contar as promessas blasés do tipo, amar mais, ser mais saudável, ser mais tranquilo, mas dedicado, guardar dinheiro, fazer viagens.
Escolhemos roupas novas, calcinhas e cuecas coloridas, sapato combinando etc. Tudo isso para se preparar para a nova jornada de 365 dias que se inicia.
É como se o Papa Gregório no início do século XIV, tivesse sentido a necessidade do ser-humano em se renovar.
O engraçado disso tudo, enfim, de toda essa preparação para recepcionar o próximo ano está no alívio pelo cansaço do ano anterior e um novo fôlego para tudo novo de novo. Enganamos-nos por um dia que apertaremos o botão de restart e tudo será diferente.
Repetimos ano a ano todas as promessas, que sinceramente, cá entre nós, esquecemos nas primeiras semanas seguintes aos pulos às sete ondas. Acredito que Deus e até mesmo Iemanjá já tenham desistido de acreditar nas promessas lançadas.
Independente de tudo isso, renovação é o grande segredo da continuidade da vida. Não parar nos obstáculos impostos pelo destino é o que traz um ano de grandes realizações. Continuaremos prometendo, escolhendo roupas, brindando com os olhos cheios de lágrimas, mas o grande segredo de tudo é nunca desistir e sempre acreditar.
Seu emprego está ruim, renove-se.
Seu relacionamento terminou, renove-se.
Seus familiares estão descontentes, renove-se.
Supere-se! Somente assim você conseguirá mudar aquilo que você tanto deseja.
Agradeço infinitamente o ano horrível que eu tive e as coisas medonhas pelas quais passei. Sem elas nunca poderia dar valor às inúmeras coisas boas que me acontecem todo dia. Não poderia dar valor aos amigos que fiz e aos que já tinha.
Agradeço a alegria de abrir os olhos todas as manhãs e poder enxergar se o dia está ensolarado ou chuvoso.
Agradeço por poder ouvir, afinal só dessa forma consigo ouvir as besteiras dos meus amigos e os conselhos e broncas da minha mãe.
Agradeço poder andar, ter mãos e braços para abraçar.
E acima de tudo, agradeço ter minha cabeça sã, embora muitas vezes duvidem disso, o que deixa minha vida bem divertida ao ver os que me rodeiam rindo bastante.
Agradeço também pela família que tenho, onde aprendo com cada integrante um pouco a cada dia.
Este ano não escolherei roupas novas, não me comprometerei com nenhuma promessa falida ab initio. Este ano serei apenas eu, o céu colorido pelos fogos, os champagnes e brindes. Garantirei o amor que eu sempre tive pelos meus, a consideração, respeito e, claro, muito pensamento positivo por todos nós, como de praxe.
Feliz Ano Novo, que venha o que Deus quiser em dois mil e onze.
Postagem interessante e verdadeira... Tbem estou cançado só de ouvir esses chavões piegas (do tipo: só quero saúde e o resto a gente corre atrás; mta paz mta luz...)... Rsrsrs. Feliz ano novo, lu! Que seja o q Deus quiser!
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