Coagulando...

"Não é você quem gosta de escrever? Deveria escrever sobre o que eu lhe falei hoje cedo!”

Essas são as palavras de minha mãe ontem no carro para mim.

Quando algo me entristece, meus dedos correm pelo teclado na ânsia do desabafo certeiro. Nem sempre o desabafo é completo, muitas vezes, tal como agora, policio-me na escolha de frases e palavras preocupando-me com os pensamentos e conclusões alheias.

A verdade é que minha cabeça trabalha a sete mil giros e muitas vezes até eu me perco.

Outra verdade é que, há algo em alguns seres - que se dizem humanos, afinal humanos tem sentimentos – que muito aguça minha simples curiosidade. Nada de muito especial, mas está relacionado à existência de pessoas que coagulam rápido suas feridas sentimentais, suas decepções, suas mazelas. Isso realmente para mim é surpreendente!

Minha mãe se irrita com minha falta de rapidez em me erguer de algumas situações. Duas semanas hoje em dia, onde tudo é “pra já”, é considerado, até por ela que é dos anos 50, uma eternidade.

Não sei se isso dói mais do que exatamente deveria doer. Falo de todas as situações.

Acho que minha mãe cansou de me ver olhando pra trás sem que isso me trouxesse qualquer tipo de vantagem. Oras, olhar para trás serve somente para não repetirmos os mesmos erros que insistentemente todos nós cometemos, certo?

No meu caso, ERRADO!

Olho tanto para trás que os tropeções são freqüentes.

Olhar para frente é essencial. Viver um dia de cada vez, primordial para a saúde do futuro.

Errar é humano, mas insistir errando ao olhar para trás é assassinar o que está por vir, logo, burrice.

Não sou mutante onde minhas marcas cicatrizam imediatamente. Respeito meu tempo e não me engano, mas estava perdendo meu tempo olhando demais para o que se passou, sem guardar energia para o amanhã.

Hoje então, assimilo com muito amor o simples conselho que minha mãe me transmitiu: “Pare de olhar para o que passou, pois você corre o sério risco de perder seu futuro quando ele passar à sua frente. Por isso mude a direção!”